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O STJ em busca do equilíbrio entre acesso à informação e respeito aos direitos autorais no mundo digital

O STJ em busca do equilíbrio entre acesso à informação e respeito aos direitos autorais no mundo digital
O STJ em busca do equilíbrio entre acesso à informação e respeito aos direitos autorais no mundo digital

Introdução


O avanço das tecnologias digitais, especialmente o streaming, tem imposto desafios inéditos ao Poder Judiciário brasileiro, em especial ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O tribunal é chamado a equilibrar o direito fundamental de acesso à informação com a proteção dos direitos autorais, garantidos pela Constituição Federal e pela Lei n. 9.610/1998. O presente artigo analisa como o STJ tem enfrentado essas questões, destacando os principais julgados e os critérios adotados para conciliar interesses aparentemente antagônicos.


O contexto normativo e os desafios do streaming


A Lei de Direitos Autorais (Lei n. 9.610/1998) estabelece a necessidade de autorização prévia e expressa dos titulares dos direitos para a exploração econômica de obras intelectuais, incluindo o uso por streaming, conforme previsto nos artigos 29, VII, VIII, IX e X. O STJ já decidiu que essa exigência se aplica apenas a contratos celebrados após a vigência da lei, pois antes não havia previsão legal para essa modalidade de exploração[1]. Assim, contratos anteriores à lei não abrangem automaticamente o uso em plataformas digitais, o que gera controvérsias, especialmente em casos envolvendo artistas consagrados e grandes gravadoras.


Principais julgados e critérios adotados pelo STJ


O STJ já se manifestou sobre a legitimidade da arrecadação de direitos autorais pelo ECAD nas transmissões musicais pela internet, entendendo que a reprodução de músicas via streaming configura execução pública, sujeita ao pagamento de direitos autorais. Essa decisão reforça a proteção dos titulares, mas também reconhece a necessidade de adaptação do sistema de arrecadação às novas tecnologias.

Em casos emblemáticos, como o envolvendo Roberto e Erasmo Carlos, o STJ analisou se contratos de cessão de direitos firmados antes da era digital autorizavam o uso das músicas em plataformas de streaming. O tribunal entendeu que, em regra, a cessão só abrange as formas de utilização existentes no momento da assinatura do contrato, exigindo autorização específica para novas modalidades de exploração. Esse entendimento busca preservar o equilíbrio contratual e evitar a ampliação abusiva dos direitos das gravadoras em detrimento dos autores.

Além disso, o STJ já decidiu que as plataformas de streaming têm responsabilidade na correta divulgação dos créditos autorais, sob pena de responderem por danos morais em caso de omissão ou erro. Essa jurisprudência reforça a importância da transparência e do respeito à autoria no ambiente digital.


O equilíbrio entre acesso à informação e proteção dos direitos autorais


O STJ tem buscado um ponto de equilíbrio entre o acesso à informação, valor fundamental em uma sociedade democrática, e a proteção dos direitos autorais, essencial para o estímulo à criação cultural. O tribunal reconhece que as novas tecnologias ampliaram o acesso às obras intelectuais, mas também aumentaram os riscos de violação dos direitos dos autores.

Para tanto, o STJ adota critérios como a interpretação restritiva dos contratos de cessão, a exigência de autorização específica para novas modalidades de exploração e a responsabilização das plataformas pela correta indicação da autoria. Esses critérios visam garantir segurança jurídica tanto para os titulares dos direitos quanto para os usuários e provedores de serviços digitais.


Conclusão


O STJ tem desempenhado papel fundamental na adaptação do ordenamento jurídico brasileiro aos desafios impostos pelo mundo digital, especialmente no que diz respeito ao streaming. Ao exigir autorização específica para a exploração econômica em novas plataformas, responsabilizar as empresas pela correta divulgação dos créditos e reconhecer a legitimidade da arrecadação de direitos autorais no ambiente digital, o tribunal busca equilibrar o acesso à informação com o respeito aos direitos autorais.


A jurisprudência do STJ serve de parâmetro para a solução de conflitos inéditos, garantindo a proteção dos criadores sem comprometer o desenvolvimento tecnológico e o interesse público



Baseado em jurisprudência do STJ e análise doutrinária, com citações dos principais julgados e entendimentos do tribunal sobre direitos autorais no ambiente digital.

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